ete Passos Práticos para Cultivar um Coração pelos Perdidos
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Justin Taylor
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Justin
Taylor trabalha no ministério Crossway em Wheaton, Illinois, desde
2006, e é presbítero na Igreja New Covenant Bible em St Charles, IL,
desde 2010. Há 8 anos, escreve para o blog Between Two Worlds. Ele mora
em Chicagoland com sua esposa e 3 filhos.
O
apóstolo Paulo expressou uma frase bastante famosa quando disse que "a
boa vontade do seu coração", e sua "súplica a Deus", era de que seus
patrícios, os judeus, fossem salvos. (Romanos 10:1). O problema era que
esses seus "compatriotas segundo a carne" estavam perdidos – destinados a
uma eternidade sem Deus – fato que enchia Paulo de "grande tristeza e
incessante dor no coração". (Romanos 9:2-3)
Porque somos
pecadores, podemos tomar uma doutrina verdadeira (a absoluta soberania
de Deus) e torná-la incompatível com uma emoção, que é tão apropriada
(constante angústia pelos que se perdem). Em um sermão pregado anos
atrás, John Piper expôs três maneiras pelas quais chegamos a
experimentar uma desconexão entre uma doutrina bíblica e um legítimo
estado emocional:
- Primeiro, a doutrina da Soberania de Deus poderá levar-nos a não sentirmos tristeza por aqueles que estão perecendo.
- Segundo, a doutrina da Soberania de Deus poderá levar-nos a não sentirmos o desejo de que aqueles sejam salvos.
- E, em terceiro lugar, a doutrina da Soberania de Deus poderá levar-nos a desistirmos de orar para que eles sejam salvos.
Mas
que faremos se [acaso] cremos nas doutrinas de Paulo, porém não
participamos de sua angústia? Existirá um meio de cultivarmos um coração
que sente pelos que se perdem – um coração como o de Paulo?
Piper nos oferece sete diferentes passos:
- Não nos esqueçamos da realidade dessa terrível condição
Nunca
esqueça o fato de que aqueles que não obedecem a Cristo, não têm a vida
eterna e passarão a eternidade sob a ira de Deus. João 3:36: "Quem crê
no Filho tem a vida eterna; o que, todavia, se mantém rebelde contra o
Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus."
Pergunte-se:
"Se eu tivesse o conhecimento de que uma praga estava se proliferando e
eu soubesse que meu colega ainda não foi vacinado para proteger-se, não
perguntaria porque ainda se recusa? Não trataria de persuadi-lo a
escolher a vida?" Pergunte-se o que diria no Dia do Julgamento se o seu
amigo incrédulo, voltando-se, lhe perguntasse porque você não lhe falou
mais seriamente sobre esta questão da vida eterna.
Em outras palavras, pense sobre esta terrível realidade de entrar na eternidade sem Cristo.
- Medite sobre a suficiência de Cristo
Medite
com frequência na completa eficiência da morte de Cristo para cobrir os
pecados de, absolutamente, qualquer um que se arrependa e creia em
Cristo. Constantemente exalte Cristo, em seu próprio coração, pela
superabundante graça que nos vem por Sua cruz. Lembre-se, vez trás
vezes, em benefício de seus parentes e colegas, de que a obediência de
Cristo trouxe a justificação e a vida em favor de todo aquele que crê,
não importa quantos pecados tenha cometido. Glorie-se na obra da cruz
por você mesmo e logo você começará a gloriar-se na obra da cruz em
benefício de outros.
Lembre-se frequentemente do testemunho de Paulo, em 1 Timóteo1:15-16, que diz:
"Fiel
é a Palavra e digna de toda aceitação: que Cristo Jesus veio ao mundo
para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal. Mas, por esta
mesma razão, me foi concedida misericórdia, para que, em mim, o
principal, evidenciasse Jesus Cristo, a sua completa longanimidade, e
servisse eu de modelo a quantos hão de crer nele para a vida eterna."
Deus
primeiramente salvou o pior para mostrar-nos a esperança que há para os
demais, mesmo que, ao nosso parecer, achemos que estes sejam
demasiadamente maus.
- Medite no poder do Espírito para convencer e atrair
Enquanto
você considera a suficiência e a eficiência da cruz em cobrir os
pecados de todo aquele que crê, pondere igualmente sobre o poder do
Espírito Santo em convencer pecadores e em atraí-los ao Salvador (João
16:8; 6:44). Não se deixe afundar em um sentimento pessimista, dizendo:
"Sim, Deus pode perdoar aos que crêem, mas eles são tão endurecidos e
indiferentes que nunca chegarão a crer."
Pregue a si mesmo o fato
de que estes são os dias da Nova Aliança. O Sangue da aliança eterna
que foi derramado. O Santo Espírito tem sido derramado sobre toda a
carne, e a promessa desta Nova aliança é:
"Porei dentro de vós
espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e vos darei coração de
carne. Porei dentro de vós o meu Espírito e farei que andeis nos meus
estatutos."
Tampouco seja fatalista dizendo que: "Bem, a
conversão está nas mãos de Deus. Se Ele quiser salvar, deixe-O que
salve." Ao contrário, diga: "O desejo do meu coração é de que eles sejam
salvos!" e, "Visto que a conversão está nas mãos de Deus, ó há
esperança de conversão para o mais endurecido e frio dos pecadores!". "Ó
Senhor, permita que eles se arrependam e venham ao conhecimento da
verdade." (2 Timóteo 2:25)
Não seja pessimista quanto ao poder do Espírito Santo para transformar pecadores. Quando João Wesley chegou a Newcastle-upon-Tyne,
nos Estados Unidos da América, em Maio de 1742, ele escreveu estas
palavras: "Fiquei surpreendido; tanta bebedeira, vulgaridades e
palavrões (até mesmo da boca de criancinhas), do que não me recordo
haver ouvido em tão curto tempo. Sem dúvida, este lugar está maduro para
Aquele que "veio não para chamar os justos, mas pecadores ao
arrependimento." E Deus honra este tipo de expectação audaz. Portanto,
pregue a si próprio o poder de Deus de trazer convicção de pecado aos
pecadores.
- Imagine a alegria na conversão de um pecador perdido
Imagine
a alegria que você terá por um pecador que se arrependa e venha a
Cristo através de suas orações e do seu testemunho. Paulo chamava a seus
convertidos de sua "esperança, ou alegria, ou coroa em que exultamos,
na presença de nosso Senhor Jesus Cristo em sua vinda." (1
Tessalonicenses 2:19). E João disse, "Não tenho maior alegria do que
esta, a de ouvir que meus filhos andam na verdade." Deixe que sua
imaginação sinta o gozo de haver sido usado por Deus, a fim de trazer
uma pessoa da morte à vida eterna.
- Considere a Maravilhosa Graça de Deus para consigo em Cristo Sim,
considere quão gratuita e imerecida foi a graça de Deus que lhe trouxe a
Cristo. Poderá haver sido através de seus pais, ou de um amigo, ou de
um pastor, ou de um evangelista, ou de um livro. Mas, não importando o
que tenha sido, você não merecia. Seu reavivamento espiritual, a sua
convicção de pecados, seu entendimento do Evangelho e a sua consequente
submissão a Cristo foram dons gratuitos da graça de Deus.
Quanto
mais você possa apreciar quão graciosa e imerecida foi a obra de Deus em
sua vida, mais você sentirá que sua própria graça, ou compaixão para
com outros deverá ser, igualmente, gratuita – não levando em
consideração o valor ou a falta deste nas pessoas. "E andai em amor,
como também Cristo nos amou e se entregou a si mesmo por nós. (Efésios
5:2). Quando a sua dispensa está repleta de alimentos, os quais você
nada fez para ganhá-los, e outros estão famintos ao seu redor, o coração
diz: "de graça recebestes, de graça dai." (Mateus 10:8 cf. 2 Reis 7:9)
- Ponha em ação seus desejos afetuosos
Coloque
em ação aqueles desejos afetuosos que você já tem. Eu conheço, por
experiência, o quão difícil é saber se realmente amamos uma pessoa. Será
que eu realmente me preocupo com os perdidos? São minhas orações uma
farsa? Realmente desejo que sejam salvos? Estas são perguntas honestas e
boas para que nos perguntemos. Mas como elas poderão ser respondidas?
Nossos corações e nossas motivações são tão enganosas...
1 João 3:18-19 nos fornece uma resposta:
"Filhinhos,
não amemos de palavra, nem de língua, mas de fato e de verdade. E nisto
conheceremos se somos da verdade, bem como, perante ele,
tranquilizaremos os nossos corações."
Em outras palavras, se nós
não apenas falarmos sobre ter cuidado pelos outros, mas tomarmos os
passos necessários para ajudá-los, nossa confiança em Deus crescerá e
saberemos se estamos sendo genuínos e autênticos quando falamos em
compaixão. Colocar em ação os desejos que reconhecemos haver em nós,
fará com que a genuinidade de nossos desejos aumente.
- Ore e peça a Deus que aumente o seu amor pelos que se perdem
Finalmente,
ore para que Deus possa fazer com que seu amor pelos perdidos abunde
ainda mais. Ouça a oração do Apóstolo por nós em 1 Tessalonicenses 3:12:
"e o Senhor vos faça crescer e aumentar no amor uns para com os outros e
para com todos, como também para conosco." O amor por todos os homens é
uma obra de Deus em nossos corações. Não é algo que possamos dizer ser
"natural" para nós mesmos. É um dom da graça.
O leitor tem permissão para divulgar e distribuir esse texto, desde
que não altere seu formato, conteúdo e / ou tradução e que informe os
créditos tanto de autoria, como de tradução e copyright. Em caso de
dúvidas, faça contato com a Editora Fiel.
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