Durante
os anos em que tenho me envolvido no ministério de aconselhamento,
encontrei muitas pessoas que perderam a esperança por terem adotado um
diagnóstico psicológico sem fundamento bíblico quanto a seus problemas
pessoais. Em algumas ocasiões, isto ocorre porque alguém lhes apresentou
o diagnóstico. Em outras, tais pessoas leram algum livro, assistiram um
programa de televisão, ouviram uma conversa no rádio ou fizeram algum
curso de psicologia, decidindo por si mesmas que realmente estavam
sofrendo de algum tipo especial de problema psicológico. Deixaram de
reconhecer que o .diagnóstico. é apenas uma identificação descritiva,
determinado por dedução, que algumas pessoas resolveram utilizar como um
rótulo para certos tipos de comportamentos e experiências humanas. E,
embora a palavra ou a expressão descritiva escolhida pareça lógica e
significativa para identificar um conjunto de comportamentos humanos
estranhos, realmente não descreve a causa ou a natureza do problema.
Talvez eu possa esclarecer o que estou procurando afirmar, se falar
sobre como na medicina as doenças são diagnosticadas e como normalmente
se procede no diagnóstico dos problemas psicológicos. Na medicina, se um
paciente tem certo conjunto de sintomas, os médicos suspeitam que está
com determinada enfermidade. Porém, antes de apresentarem um diagnóstico
definitivo, eles prescrevem uma série de exames (sangue, raios X,
etc.), reconhecendo que, se a pessoa realmente tem aquela doença, a sua
causa e natureza serão reveladas por meio dos exames. Com base em
evidências científicas, os médicos dizem se aquela pessoa tem ou não
determinada doença. O diagnóstico deles não está fundamentado apenas nos
sintomas, mas em provas comprováveis ou evidências tanto das causas
quanto da natureza da enfermidade.
Contrário ao que muitas pessoas imaginam, este não é o procedimento
comumente adotado no âmbito da psicologia secular. Na psicologia, se
alguém possui certos sentimentos, comportamentos, maneira de pensar,
determinado número de sintomas por um período específico de tempo,
supõe-se que tal pessoa está com um problema psicológico, ainda que sua
causa não foi e, em muitos casos, não pode ser comprovada por métodos
científicos. Sem evidências provenientes de fatos concretos a respeito
da causa e da natureza do problema, deduz-se que certos sintomas indicam
que ela tem um problema psicológico. Em muitos casos, esse tipo de
diagnóstico, não comprovado e improvável, é oferecido e freqüentemente
aceito como incontestável e indiscutível.
Infelizmente, quando
uma pessoa acredita que seu problema, quanto à sua causa e natureza, é
psicológico e não espiritual, podemos esperar várias coisas: 1) em sua
tentativa para superar o problema, esta pessoa deixa de lado Cristo e a
Bíblia, buscando a solução primariamente (às vezes, exclusivamente) em
remédios, idéias e conceitos da psicologia secular; 2) começa a pensar
sobre Cristo como um .psicólogo cósmico., cujo principal objetivo em ter
vindo ao mundo era solucionar os problemas psicológicos, aumentar a
auto-estima do ser humano, libertá-la de sua dependência de ajuda e
satisfazer as .necessidades de seu ego.; 3) esta pessoa perde a
esperança e cai no desespero, porque muitos dos rótulos psicológicos
trazem consigo a idéia de .eu sou assim mesmo, não posso ser mudado. ;
4) torna-se desencorajada porque estes conceitos não fundamentados na
Escritura de maneira real e franca, incentivam-na a pensar que a solução
básica para suas dificuldades é humanística em sua natureza. Esta
pessoa precisará solucionar seu problema por si mesma (a idéia de que
ela pode e tem de mudar a si mesma) ou outros, preferencialmente os
especialistas, resolverão por ela. Muitas pessoas já tentaram e falharam
por confiarem em seus próprios esforços ou na ajuda de outros. Sabem
que elas mesmas ou qualquer outra pessoa não podem oferecer poder para
libertá-las de sua velha maneira de pensar, sentir e comportar-se e
capacitá-las a pensar, sentir e viver de maneira diferente. Nesse
contexto em que os problemas são vistos primariamente como psicológicos
em sua natureza, encontrei inúmeras pessoas que perderam a esperança e
aumentaram suas dúvidas de que as mudanças realmente podem acontecer.
Por
outro lado, tenho visto a esperança florescer em pessoas que começaram a
reconhecer que seus problemas eram principalmente espirituais em
natureza e estavam relacionados ao pecado. O reconhecimento de que
nossos problemas pessoais e interpessoais estão relacionados ao pecado é
realmente .boas-novas., pois, se isto é verdade, há toda esperança para
nós. Por quê? Porque de acordo com a Bíblia, o propósito fundamental de
Cristo ter vindo ao mundo é libertar-nos da penalidade e do poder do
pecado que nos domina (e, eventualmente, da presença e possibilidade do
pecado). Esta é a mensagem mais cristalina da Bíblia: Jesus é .o
Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!. (Jo 1.29); .Fiel é a
palavra e digna de toda aceitação: que Cristo Jesus veio ao mundo para
salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal. (1 Tm 1.15); .E lhe
por ás o nome de Jesus, porque ele salvar á o seu povo dos pecados
deles. (Mt 1.21); .o qual a si mesmo se deu por nós, a fim de remir-nos
de toda iniqüidade e purificar, para si mesmo, um povo exclusivamente
seu, zeloso de boas obras. (Tt 2.14). As .boas-novas., de acordo com a
Bíblia, não dizem que Cristo veio ao mundo para ser um psicólogo cósmico
que traria cura às nossas enfermidades psicológicas. As .boas novas .
da Bíblia afirmam que Cristo Jesus veio ao mundo a fim de providenciar
libertação da penalidade e do poder do pecado (Rm 6.1-23). As
.boas-novas. incluem a idéia de que há esperança para sermos libertos do
castigo de nossos pecados. Existe substancial libertação do dominante
poder do pecado e seus efeitos, no presente, porque foi isto que Cristo
veio fazer no mundo. Esta perspectiva bíblica acerca da natureza dos
maiores e mais fundamentais problemas do homem está repleta de esperança
para aqueles que estão lutando com padrões antibíblicos de pensar,
desejar, sentir e comportarse. Essa perspectiva é libertadora, gratuita,
encorajadora, bíblica e verdadeira! Ela diz às pessoas que, embora seus
problemas pessoais e interpessoais sejam graves e intensos, existe
esperança de mudanças, porque Cristo Jesus veio ao mundo a fim de
oferecer libertação da culpa, condenação, corrupção, penalidade e
controlador poder do pecado em suas vidas. Essa perspectiva ensina às
pessoas que em Cristo Jesus elas podem desfrutar de todos os recursos
necessários para escaparem da corrupção que se manifesta no mundo por
meio de desejos pecaminosos. Cristo também capacita os crentes a viverem
de maneira realmente piedosa e frutífera, caracterizando-se por
excelência moral, conhecimento, moderação, perseverança, amor fraternal,
bondade e amor cristão (2 Pe 1.3-8).
Esta mensagem bíblica está
repleta de esperança, pois afirma que Cristo possui inesgotáveis
recursos disponíveis para nós, a fim de que vençamos as corruptas
influências de nossos maus desejos. Encontramos disponível em Cristo
tudo que precisamos para escapar da condenação e das destrutivas
influências do pecado em nossas vidas e para vivermos em piedade.
Achamos em Cristo tudo que necessitamos para superar as controladoras
influências do pecado, que nos impedem de experimentar aquele tipo de
vida frutífera descrita em 2 Pedro 1.3-8. Aqueles que aceitam o
diagnóstico de Deus acerca da verdadeira natureza de seus problemas
encontrarão tudo em Cristo . .todas as coisas que conduzem à vida e à
piedade., para livrarem-se da corrupção das paixões que há no mundo,
tornando-se participantes da natureza divina. Talvez eles necessitem de
ajuda para saber como aproveitarem- se destes recursos, mas podem ter
esperança porque tudo que necessitam se encontra em Cristo!
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